terça-feira, 2 de outubro de 2007

Atraso em ar de vidro

Espaço


Pega do que é teu

E constrói

para luz

com o que percebes.

não vê que há milênios

os sargaços se retorcem

na meia tona escumosa

do oceano?

Por que estagnar-se?

Assimilas a trajetória

De um segundo,

e senhor

já subtrais

a pulsação que constata;

não precisa de milênios!

Vê; a frio,

Numa centelha projetada do teu alcance

Eles são tão perto

Como teus mais íntimos e aconchegados

Pensamentos!

Mário Peixoto, poemas de permeio com o mar. Rio de JaneiroRio de Janeiro: Aeroplano., 2002. p. 229.