domingo, 6 de março de 2016
A fotografia e o átimo
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Atraso em ar de vidro
Espaço
Pega do que é teu
E constrói
para luz
com o que percebes.
não vê que há milênios
os sargaços se retorcem
na meia tona escumosa
do oceano?
Por que estagnar-se?
Assimilas a trajetória
De um segundo,
e senhor
já subtrais
a pulsação que constata;
não precisa de milênios!
Vê; a frio,
Numa centelha projetada do teu alcance
Eles são tão perto
Como teus mais íntimos e aconchegados
Pensamentos!
Mário Peixoto, poemas de permeio com o mar. Rio de JaneiroRio de Janeiro: Aeroplano., 2002. p. 229.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
"[...] ponto de chegada e de partida do que se move em direção ao estar parado e do que está parado em direção ao mover-se."
"Segundo o significado específico, próprio de uma certa tradição filosófica, o Átimo tem um significado diferente do agora (v.) ou instante, que é o limite ou condição do tempo, porque representa uma espécie de encontro ou de compromisso entre o tempo e a eternidade. Essa noção remonta a Platão. “O Átimo, dizia ele, parece indicar o que serve de transição entre duas mudanças inversas. A passagem do movimento à calma e vice-versa não tem lugar a partir de uma imobilidade que é ainda imota ou do movimento que é ainda movido. A natureza um pouco estranha do Átimo assenta-se ao meio entre a tranqüilidade e o movimento, embora não esteja ele no tempo e o faz ser ponto de chegada e de partida do que se move em direção ao estar parado e do que está parado em direção ao mover-se.” (Parm., 156 d). Em outros termos, para Platão o Átimo não é nem o tempo nem a eternidade, nem o movimento nem o repouso, mas está entre eles e constitui o seu ponto de encontro." [...] (ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. Mestre Jou: São Paulo, 1970.)